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A Nightingale Sings

(Um Rouxinol Canta) - visitas virtuais por Portugal, onde mostro algumas histórias sobre os museus, os monumentos, os lugares... Guia turística que adora Portugal e dar a conhecê-lo. Contactem-me para tours no Norte de Portugal.

A Nightingale Sings

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25.05.20

Leiria


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Em 2016, fiz uma roadtrip com o meu namorado pelo Centro de Portugal. Estivemos 2 dias por Leiria e estas são algumas das fotografias que captei:

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Era Setembro, via-se muitos trajados na rua:

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A Sé de Leiria:

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Camões:

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23.05.20

Azulejos do Convento do Pópulo, Braga - A Nightingale Sings


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Numa visita organizada pelo Municipío de Braga, em 2014, tive oportunidade de aprender mais sobre a Igreja do Pópulo e de ficar a conhecer os azulejos da escadaria nobre. Tanto a Igreja como o edifício do Convento do Pópulo estão classificados como Imóveis de Interesse Público.  A igreja mantém o culto e o que chegou aos nossos dias do edifício do Convento é utilizado pela Câmara Municipal de Braga.

O Convento e a Igreja foram construídos por ordem do Arcebispo Frei D. Agostinho de Jesus, de modo a criar um local digno para a sua sepultura, assim como evocar um dos cultos que este homem conhecera em Roma, onde havia estado, nomeadamente o culto da Nossa Senhora do Pópulo (Populim - povo). A construção teve início em 1596, mas o que chegou aos nossos dias foi já um edifício que sofreu várias alterações, sobretudo nos sécs. XVIII e XIX, no que toca ao Convento. Este serviu já de quartel militar da infantaria a partir de 1834, com a extinção das ordens religiosas em Portugal.

 

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Os azulejos da escadaria nobre foram restaurados pelo Município de Braga. Terão sido feitos no século XVIII, sendo de estilo barroco e monocromáticos, ou seja, apenas pintados de azul. De acordo com o Turismo Porto e Norte, o tom azul cobalto é sinal de que estes azulejos terão sido feitos durante o "Ciclo dos Mestres", o que contudo não nos permite identificar em concreto o autor destes azulejos. É certo que Gabriel del Barco fez azulejos para a Igreja de São Victor, e António de Oliveira Bernardes trabalhou em Braga, pelo menos nas cenas da vida de São Pedro de Rates, embora lhe seja atribuída a autoria de outros azulejos pela cidade. Com este trabalhava o filho Policarpo de Oliveira Bernardes, que assina um trabalho perto, em Viana do Castelo.

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O tema dos azulejos é a meditação contemplativa e a representação dos Monges Agostinhos (que ocupavam este Convento na época) em cenários bucólicos (Turismo Porto e Norte). Duas características interessantes dos azulejos feitos no período barroco é a anamorfose, ou seja, a criação de de imagens distorcidas que no caso serve para criar uma falsa perceptiva tridimensional, e a adaptação do desenho ao espaço onde o azulejo irá ser colocado, sendo mais perceptível no caso das escadarias.

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Em relação à anamorfose, vemos que este azulejo tem vários edifícios por detrás dos dois monges do plano principal. Se atentarmos no pequeno edifício ao fundo, à esquerda do monge de capuz, vemos que as formas do edifício estão distrocidas. Isto serve para criar uma perspectiva tridimensional num plano bidimensional. Olhamos para um painel de azulejos, mas parece que o cenário se "estica" para trás.

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Em relação à adaptação do desenho ao espaço, os artistas que desenhavam e pintavam o azulejo no período barroco tinham a preocupação em saber em que espaço o painel ia ser colocado e qual o propósito. Assim, ainda hoje conseguimos perceber que os azulejos não foram feitos ao acaso, foram mesmo pensados para aquele lugar, para aquele contexto. É por demais evidente em casos em que surge uma porta falsa ou uma janela falsa pintada (mais visível em igrejas), porque o barroco procura a simetria, pelo que numa parede onde não haja uma janela ou porta para fazer simetria, cria-se uma em azulejo. Outro exemplo, e que nos volta para estes azulejos em concreto, é o caso dos azulejos que se colocam em escadarias (sejam estas ou até as de uma casa de família): o desenho é feito na diagonal, de modo a que a pessoa que esteja a subir as escadas veja os desenhos como não estando tortos. Na foto de baixo eu tirei a fotografia na horizontal, como se este painel não estivesse numas escadas, mas sim numa parede, para que possam ver:

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Assim, no ponto de vista de quem passa pelas escadas, o desenho não fica "torto" (é mais evidente quando se sobe). Se mudássemos os azulejos para uma parede e os colocássemos na horizontal, as figuras iriam parecer que estavam "a cair" (é possível ver isso nos azulejos colocados à entrada do Tesouro Museu da Sé de Braga, de umas cenas de caça, pois foram transferidos de escadas e colocados numa parede, na horizontal.

A Câmara Municipal de Braga permite a visita livre ao espaço, contudo disponibiliza também visitas guiadas, caso assim o deseje. Pode obter mais informação aqui.

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Pode ver mais fotos sobre este espaço através da visita virtual proporcionada pelo Município de Braga aqui.

 

22.05.20

Capela de Santa Catarina, Viana do Castelo - A Nightingale Sings


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A capela de Santa Catarina situa-se na Rua dos Poveiros, em Viana do Castelo, uma zona de pescadores e pessoas que vivem da faina marítima. Esta capela não foi erguida originalmente neste lugar. O edifício original da capela ainda existe, e situa-se junto da Torre da Roqueta do Forte de Santiago da Barra. Quando a Torre se ampliou para uma fortaleza, a população deixou de ter acesso a este local de culto, pois era uma zona restrita de defesa da barra de Viana do Castelo.

Assim sendo, por ordem do rei D. Filipe II de Portugal, (III de Espanha), foi erigida esta capela que vemos na imagem no ano de 1859 e restaurada em 1993, de acordo com as informações existentes dentro do edifício. O Forte de Santiago da Barra está a 50m da capela primitiva. Como na altura Portugal era governado por Castela, o rei ordenou que a Capela no interior da Fortaleza ficasse sob a invocação de Santiago (Olhar Viana do Castelo)

Estamos em plena zona portuária. Esta capela pertence à Real Irmandade do Senhor Jesus dos Mareantes, cuja existência é anterior a 1500. Diz-se que era aqui, que se velavam as vítimas de naufrágios, até que o seu enterramento se fizesse. (Freguesias de Portugal)

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Por vezes as capelas e igrejas têm venerações que são o reflexo de uma comunidade. No que toca às comunidades piscatórias, é mais fácil ver essa relação, pois uma comunidade que passa por risco de vida à base diária costumava ser mais arreigada à fé (e isto vê-se desde tempos pré-históricos). Esta capela não é excepção. É pequena, mas plena de várias imagens e ex-votos.

Ao centro do altar, no trono, está uma representação de um barco, com arranjos de flores. Esta é a capela dos mareantes e das gentes que arriscam a vida no mar, pelo que a capela tem alguns ex-votos espalhados pelas paredes, sendo igualmente miniaturas de embarcações dos que foram ajudados.

Ainda no altar, à esquerda está uma representação de Santiago peregrino e à direita Santa Bárbara, uma invocação interessante tendo em conta que é vista como protectora das tempestades, e estamos em Viana do Castelo, terra de navegadores, pescadores, homens do mar. Outro reflexo de terra de navegadores é o facto de termos a Nossa Senhora dos Mares, com uma embarcação na mão. Há também nesta capela a Nossa Senhora do Livramento.

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Esta é a Santa Catarina de Alexandria, representada com uma espada e um livro aberto. Pode também ser representada com a roda de navalhas com que terá sido martirizada. O livro aberto representa o facto de ter sido uma intelectual em vida e que divulgou a palavra de Cristo. Terá, inclusivamente, convertido várias pessoas ao cristianismo. A espada está relacionada com o facto de Joana d'Arc ter dito que via e falava com a Santa, e que terá sido por ela que terá encontrado a localização da espada que usou nas lutas contra os ingleses. Santa Catarina de Alexandria é padroeira dos professores, estudantes e filósofos, sendo invocada também em acidentes de trabalho.

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Nas capelas laterais vemos outra representação da Virgem e Jesus Crucificado. Pela minha observação, parece que o cabelo do crucificado é feito de uma peruca de cabelo verdadeiro. Estas invocações são também demonstração da comunidade que se socorre desta capela, dado que vemos a Nossa Senhora do Parto e o Senhor Jesus dos Milagres.

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Um objecto interessante, e um pouco diferente dos demais, é este painel de azulejos, a comemorar os 100 anos de um naufrágio ocorrido em 1917, feito por um dos netos de alguém que terá falecido no dito naufrágio.

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Vemos à direita um quadro com uma representação de Santiago Matamouros, curiosamente a envergar as vestes de peregrino, numa mistura de representações deste apóstolo. Recordo que há 3 representações diferentes deste santo, uma como apóstolo, uma como peregrino e outra como o cavaleiro que, segundo a lenda, apareceu miraculosamente montado num cavalo branco, na Batalha de Clavijo, ajudando o exército cristão a ganhar a batalha. Relembro também que o forte que se encontra a 50 metros da capela é o Forte de Santiago da Barra e a invocação a Santiago não é por acaso, pois encontramo-nos em pleno Caminho Português da Costa.

Podem ter uma visita virtal mais completa através deste vídeo:

 

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